Ao “descobrir” o lote em meio a selva, Francesco teve a solidariedade dos vizinhos para construir uma primeira cabana e abrigar a esposa e os quatro filhos. A moradia era feita de bambus, folhas de palmeira, tendo as paredes laterais erguidas com taipa de pedra até certa altura e depois por bambu, folhas de palmeira e macegas. Sem pregos, o material era preso com uma trança do providencial e abundante cipó rabo de burro, muito comum nas matas. O chão era de terra batida e socado. Mas, esta habitação serviu apenas para os primeiros anos porque ao cantar dos machados e serrotes, novas formas de materiais foram surgindo. Dos pinheiros de copa foram saindo tirantes e as scandoles (aduelas) e tábuas que eram talhadas das toras a machado e, mais tarde, a serra de mão. Havia também os tirantes, caibros e colunas de sustentação feitos com as melhores árvores de angico esculpidas a "spiolatoris" ou machadinhas.
A cozinha, em razão dos riscos de incêndio, era destacada da casa de dormir e tinha as paredes feitas de pedras irregulares encaixadas permitindo uma estrutura sólida. Como não havia cimento, utilizavam barro para fechar as frestas e evitar a entrada de vento. Em separado, uma casa de madeira com quartos de dormir, sóton onde em geral guardavam os cereais como feijão, lentilha, trigo, e porão que conservava mantimentos como o vinho, salame e queijo. Os filhos de Francesco, forçados pela necessidade de construir se tornaram exímios marceneiros, pedreiros e a profissão refletiu-se nas habilidades de seus netos e bisnetos.
sábado, 24 de fevereiro de 2007
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